INVESTIMENTOS INTERNACIONAIS. Por que considerá-los na sua carteira?
Durante muitos anos os brasileiros foram proibidos de manter recursos fora do país de forma legal. Isso mudou com a Constituição de 1988 que regulamentou a manutenção de saldos e investimentos em moedas estrangeiras. Por outro lado, o preconceito que existia contra esse tipo de investimento manteve-se firme durante algumas décadas. Acreditava-se que dinheiro fora do país era grana ilegal enviada para fugir das leis brasileiras.
Felizmente essas crenças foram gradativamente sendo eliminadas graças à universalização dos mercados. A forte ampliação do acesso a informações também teve um papel significativo nesse processo (valeu, internet!!!). Mas por que investir no exterior tornou-se tão importante? Vamos por partes… ponto a ponto.
Ponto 1: Diversificação da carteira de investimento
Apesar de ser considerado bastante sólido e moderno, o mercado financeiro brasileiro ainda não tem a mesma flexibilidade e o mesmo portfólio de produtos que existem em economias mais maduras. Alocar parte da carteira no exterior permite, portanto, ter acesso a produtos e estratégias diferentes das atualmente disponíveis no mercado brasileiro. Consequentemene, será possível maximizar o efeito da diversificação em produtos, segmentos e jurisdições diferentes.
Ponto 2: Redução dos riscos da carteira de investimento
A redução dos riscos é um efeito direto da diversificação mencionada acima. Quanto maior a diversificação entre produtos com baixa correlação entre si, menor será o risco ao qual a sua carteira estará submetida.
Ponto 3: Redução da exposição ao Risco Brasil
Segundo o Banco Central do Brasil, “o risco-Brasil é um conceito que busca expressar de forma objetiva o risco de crédito a que investidores estrangeiros estão submetidos quando investem no país. No mercado, os indicadores diários mais utilizados para essa finalidade são o EMBI+Br e o Credit Default Swap (CDS) do Brasil.” De forma mais clara, o risco-Brasil indica aos investidores estrangeiros o risco que têm de levar um calote ao investir no Brasil. Esse conceito, entretanto, tem efeito direto sobre os investimentos locais pois o aumento do risco-Brasil força o crescimento das taxas de juros cobradas do governo e das empresas aqui sediadas para se financiarem. Ao investir, portanto, em produtos atrelados a outros mercados, elimina-se a exposição ao risco-Brasil.
Ponto 4: Investimento em moeda forte
As primeiras notas de libra esterlina surgiram em 1694 com a fundação do Banco da Inglaterra, o primeiro Banco Central do mundo. O dólar foi chancelado como moeda nacional pelas 13 colônias independentes americanas após a Guerra de Independência em 1786. E atualmente tornou-se incontestável como reserva internacional de diversos países. O Brasil, por sua vez, teve nove moedas diferentes desde a sua independência em 1822, sendo 6 delas apenas de 1984 até hoje. Apesar dos enormes avanços em relação a estabilidade da nossa moeda a partir da criação do Real, ainda temos uma moeda extremamente volátil e pouco representativa no mercado internacional. Investimentos em dólar, libras ou euros geram, desta forma, mais estabilidade e menos volatilidade a sua carteira.
Ponto 5: Possiblidade de atingir maiores rentabilidades
Muitos investidores brasileiros tendem a acreditar que os investimentos por aqui remuneram mais o capital por conta das taxas básicas de juros nacionais. Esquecem, entretanto, de descontar a inflação que consome grande parte do aumento do poder de compra do capital investido. Quando se considera inflação, impostos e taxa de câmbio nessas operações os investimentos no exterior tornam-se tão competitivos quanto os brasileiros e não é raro obter ganhos maiores lá fora.
Considerando todos estes pontos, alocar parte da sua carteira de investimentos fora do Brasil torna-se muito importante. E antes que alguém levante essa bola, essa não é uma opção apenas para milionários. Há diversas opções para todos os tipos de bolsos e estratégias. Basta analisar e identificar aquela que se encaixa melhor nos seus objetivos.
Precisou de ajuda? Ficou com dúvidas? Pode nos escrever ou ligar. Será um prazer trocar ideias sobre esse e outros assuntos financeiros.
Grande abraço,
Thiago